sábado, 11 de agosto de 2012

(um respiro) AÇÃO


Primeríssimo plano num bolinho de chocolate, e ao fundo, uma enorme boca se movendo em câmera lenta.. o narrado Discovery Charles, no rádio, acaba de voltar ao ar, diz:

_ Horóscopo empresarial, o seu horósporco diário & maravilhosa Cia: Editora, cidade.data. produzindo trabalhadores ferozes e assíduos na diária maratona "se a farinha é pouca, no balaio meu balaio primeiro", em nome de Deus, os seus e os meus!!

Aceleramento gradativo da cena (a boca é focada e desfocada aparecendo mais e menos o bolinho), a boca fala:

_ Não falam de amor nem no horóscopo!

Afastamento para Plano de corpo inteiro, visão da diagonal de cima sobre a relação boca bolo:

_Pra que que serve então? - E Laura come o bolinho de chocolate com o qual estava falando.

Abre Plano Ambiente, Laura (do Carrosel da época em que eu andava de carrossel), está de costas para Suzana, da Mafalda, que conversa com sua boneca.
Todas, desoladas.

sábado, 12 de novembro de 2011

..falta um tanto de palavra que tanto faz palavra tanta falta faz..

sábado, 13 de agosto de 2011

à lá Martha Medeiros

e o meu amor por ti
se foi assim sem ver
sem nem deixar recado
foi-se assim, assado.

à lá Martha Medeiros 2

Acho que vivi por mim
Todos os momentos que juntos
Quase estivemos próximos

Agora que já não nos somos
Vivo a por ti
Imaginando um tempo que já não teremos

Mas há controvérsias

à lá Martha Medeiros 3

Se tenho já não quero
Se quero é porque não posso
Gosto mais do que perdi
Perco rápido o que mais quero

No agora esqueço os planos
Cedo fácil, decido o contrário
Na hora H, tudo ao avesso

No dia seguinte me desmereço
Me liberto e me torturo
Pelo gozo antecipado

Sou apenas uma das mulheres que conheço

à lá Martha Medeiros 5

No és porque me quieres que me gustarás
Que mania tem os homens de se declarar
Antes de conquistar!

à lá Martha Medeiros 6

Amanheceu na quarta às cinzas..

quinta-feira, 23 de junho de 2011

sobre laranjas, quintais e domingos

Toda laranja tem seu lugar num domingo num quintal
Todo quintal tem seu lugar para uma laranja num domingo
Todo domingo tem seu lugar numa laranja num quintal

Lugar de laranja é domingo no quintal
Lugar de domingo é no quintal com laranja
Lugar de quintal é uma laranja no domingo

Toda laranja tem seu lugar ao sol num quintal num domingo
Todo sol tem seu lugar num quintal num domingo com laranja
Todo quintal tem seu sol para uma laranja num domingo
Todo domingo tem seu lugar no sol num quintal com laranja
Todo lugar tem seu domingo no sol para uma laranja num quintal

quinta-feira, 26 de maio de 2011

À princesa do meu castelo

E agora que me dizem que cada vez mais me pareço contigo
Já não te vejo além do espelho que a ti reflexo

Será meu, será teu, serão os olhos de quem te vê em mim
de quem te sente através de mim

No dia em que te vir, seremos duas
irmãs igualmente diferentes
Enquanto isso,
és-me um pouco
sou-te um tanto

Nos amamos assim de longe,
Nos encontrando, assim em quando, no espelho
.dentro dele.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Cutuco!

Cutuco a onça com agulha fina
O torpor do desafio, me desfio
Me viro reviro reinvento tento
Não só de amores reza o peito
Não só me sirvo do melhor de mim
Mas também dos meus demônios
Cutuco!

Averso

Vem que eu quero ver!
Te desafio a ser você inteiro
Você e todos os seus defeitos

Eu quero os meus defeitos
Sabê-los, sofrê-los, tê-los
Cheirar a poeira dos cantos que guardam os prantos
E o que se prefere esconder.

Feliz daquele que sabendo-se imperfeito
Não se pretende intocável
E futuca a onça com a vara curta
Para conhecer seus próprios demônios
Amar-se também ao avesso,
Conhecendo suas quinas, sua cólera.

Seguir em frente pode ser dar passos para dentro antes do salto .

Bagunçar as estruturas, malear o edifício
Mexer em time que esta ganhando
As minhas certezas desejo comê-las!
Fruto do desconforto de me saber ignorante de mim mesma.

Feliz daqueles que sabem que ignoram
a maioria das coisas pelas quais tem certeza

Feliz aqueles que sabem que ignoram
a maioria das coisas que amam e temem
E que entre a certeza do saber e o perigo de seguir
Se arriscam a pisar em nuvens e querer voar..

Cutuco o que me escondo para conhecer
a essência do meu cheiro
Cutuco o que não vejo no espelho
a sombra que carrega o que pretendo esquecer de mim.

Aceito meus pecados, meus problemas,
minha covardia
minha dor e minha delicia, meu desespero e minha calma.

Porque o contrário de amar-se, não é odiar-se
é não sentir - si ser
Sentir – si
é re-conhecer sua própria ambinguidade e contradição
é saber seus desfalques e faikes.

O contrário do sentimento, não é o seu oposto
Amar trás consigo a linha tênue do ódio
O contrário de amar
é o não sentir amor

Temos a teimosia de querer separar o sentimento de seu avesso
Temos a mania de separar nossas virtudes de nossos demônios
Temos a hipocrisia de decifrar o verso de nós mesmos
e esconder á sombra o nosso averso.

Eu também quero sentir o é das coisas
Começando pelo sou de mim
Cutucando o meu averso com agulha
Para me confrontar de frente,
e me libertar inteira.


Coragem para conhecer-se covarde na vida
E não desistir de si mesmo


Coragem para conhecer – si.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Bolo árabe

Há sempre a tentativa de transformar um acontecimento grandioso em receita de bolo, como se fosse apenas fruto de uma mistura de alguns fatores em quantidade logicamente definidas e os ingredientes de uma revolução não fossem essa mesma indignação e impotência que sentimos, meros cidadãos no mundo.
A língua da vizinha destila o veneno sobre números de protestantes feridos e mortos, dados catados da história e análises de paletós. Palavras estupidamente selecionadas deturpam o momento histórico, desviam a atenção para a morte, a desordem, o medo, para a demagogia política que analisa, mas não se emociona com as milhares de pessoas indignadas na rua gritando por dignidade e justiça.
Algo acontece ali do lado, algo que nos diz respeito a todos. Alguém se levantou de manhã para mudar a ordem das coisas e na rua, encontrou outros, como ele, não dispostos a conseguir migalhas. E os descontentes eram muitos, eram milhares de cidadãos conscientes de serem donos de sua própria história agindo imediatamente para mudá-la. Um bolo de gente que pulsava junto e se fortalescia com o grito.
A eles pertencem definir as mudanças que farão, os temperos, a temperatura, a eles deve agradar o paladar.
Aos humanos do mundo inteiro, que sentimos a mesma dor no estômago, um sopro de esperança no coração fatigado: é o bolo árabe alimentando nossa fome. Seguimos famintos, mas não iguais.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

En Sônia

..coisas tantas zumbeavam..
Em tempo de forçado repouso, Sônia dormia muito e pouco.
O corpo quente não esquentava o estômago que sismava em pensar questões e pendências que as pernas não conseguiam sustentar naquele momento.
Quatro horas acordada vividos intensamente: copos d'água, termômetro, comprimidos e amigos ocupados.
O telefone nunca toca - a campanhia sim - é o gás..
Se o tempo passar mais rápido, talvez leve a dor de cabeça. (!) Grande idéia: o remédio da noite de dia..
Soniô um amontoado entre algumas violentas com aleatórias pessoas quando nariz sangrando em diálogos francos sendo situações inusitadas como lugares comuns - toca o despertador.
.
.coração - desliga - despertador - partido (pra quê despertador) volta pra dentro dos músculos das costas, dos olhos... dentro, ta quente, ta frio, ta quente, marretinha, ta frio, ta quente? ta frio, ta frio, marretinha da construção, janela, copo d'água, telefone, nada. Água, garganta, cobertor, nada, nada, ninguém, triplo apito do termômetro, será?, nada, o que?, alguém? - 37.8ºC.
Vira pro outro lado. fronha rosa... os olhos não abrem, cabeça começa a ver, pensa na luz, no ensaio, nos cartazes, na febre, no colóquio, na tese, na viagem, no telefone, nada. Pensa na febre, no remédio, no médico, no fim de semana, na segunda, nada? Pensa na serra, na cachoeira, na febre, no banco da porta, na serra, no telefone, ... vira o travesseiro de lado.
.
..ya en Sônia, sueño no hay..

in-somnia..

3:35 o jornal que não será totalmente lido passa por dentro da grade e cai no chão da garagem.

4:59, muda-se de posição na cadeira..

5:01 o portão barulhento do vizinho abre, não sabe se chega ou se sai.

5:02 começa a escrever, era o que tinha vindo fazer..

...

Tênue ventre que me secreta,
Leve meus segredos de dentro
para o útero da terra
Cultive meus enganos,
meus planos insanos,
que floresçam na próxima primavera
E que sonhos não escorram em vão
na falta do encontro propício
que se renove a beleza da vida
do ciclo,
do cíclico do século
do tempo que virá e trará
os anseios do ventre que venta
e esvazia e sopra e sente...

terça-feira, 17 de março de 2009

Sei lá..
sei lá.. A vida tem sempre a razão.
As trocas..
Dependem dos sonhos,
do tamanh das pernas,
das pedras
e dos sonho...
Eu conheci um passarinho, meio cor de acaju.
nem me lembro se cantava.
Mas assim quando ele vôo,
e de tê-lo visto tão no alto..
me deu vontade de ter aprendido mais..

Ainda bem que o tempo passa..

É de ver essas coisas assim tão longe que se dá Graças! por estar assim tão longe..

sexta-feira, 25 de julho de 2008

porque a alma não é pequena

carnaval...

ah! se todo dia fosse carnaval..

e essa gente brincasse, se amasse, se risse assim..



se todo suor fosse esse cheiro de alegria

se toda chuva lavasse a alma

e resfrescasse esse mundo quente,

cheio de gente com amor pra dar



festa do amor à simpatia

ah! quanta alegria é deixar-se levar

pela beleza da graça de graça!

no meio da rua, na praça

ser feliz simplismente..



vaobora gente! bora brincar!



Lucky disse...
Pois é, todo carnaval tem seu fim. E isso é bom. Imagina se todo dia fosse carnaval? Onde iríamos despejar aquela alegria, aquela euforia, aquela felicidade q nos envolve nesses poucos dias bem vividos. Como seria se naum tivéssemos aqueles longos 10 dias que separa sua rotina dos 4,5,6 dias de pura insanidade, alegria e paz. O melhor do carnaval é saber q ano que vem tem mais, hehehehheheeBjos
13 de Fevereiro de 2008 10:37
Strike disse...
Testado?Aprovado?..parado.Obrigado.Hehehe
24 de Fevereiro de 2008 14:35
Marina Mah disse...
Que lindo, xará!Passo por aqui de vez em quando, mas hoje eu precisei deixar este rastro, pois estive pensando tanto sobre CARNAVALIZAR as coisas...Um grande beijo, menina!Adorei!
24 de Março de 2008 21:18
TV Digital disse...
Hello. This post is likeable, and your blog is very interesting, congratulations :-). I will add in my blogroll =). If possible gives a last there on my blog, it is about the TV Digital, I hope you enjoy. The address is http://tv-digital-brasil.blogspot.com. A hug.
8 de Abril de 2008 14:46

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

É preciso tomar cuidado para que os afetos não se desmaterializem,
não deixar com que se tornem virtuais..
O Orkut é uma boa forma de preencher noites com amizades vazias, (muitas vezes até de sentido). De fato, o interesse não é na relação entre as pessoas, o interesse é sobre as pessoas, o que fazem ou deixam de fazer. É evitar a desagradável situação de não ter o que falar por não ter visto há muito tempo. Uma relação impessoal, olha que mágico! Agora vc pode se relacionar impessoalmente! Brava tecnologia!

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Invento e reivento boas maneiras de festejar!
nada melhor que muitos olhares sinceros e longos abraços...
ê energia boa asterisquiana!
Muito queridos todos, sempre!

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Ponto final

E então acabou
Acabou um sonho de mais um amor
Nem vontade, nem amizade, acabou.

O ponto final finda mais do que o adeus
Esse olhar não posso cair mais uma vez. NÃO!
Não acredito, e repito NÃO!
Mais uma vez? de novo? toda essa merda?!

Por favor vá embora, me deixe assim dentro de mim
Preciso entender o que aconteceu
Preciso pensar outra vez em mim... sim.

Por favor, não minta.
Sinta.
Sinto. Que não dá mais. TCHAU!

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Aquela linha lá no longe é o divisor de águas..
água em cima e água embaixo..
o agora e o/ agora.
Não se sabe quando um acaba e o outro começa, mas se vê claramente que não são iguais

e o que há entre eles é o horizonte em que se traça.

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Ai relógio.
Dá um tempo!

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Houve um espaço na história em que o tempo era a convenção de um pulso coletivo.
Criado para as pessoas se unirem.
Nos tempos de hoje, o espaço comum não existe, e o pulso, é individual.
As margens da memória, uma vez fixadas com palavras, cancelam-se.

Os nomes tiram a magia das possibilidades e dos inumeráveis pontos de vista.
Endurecem, concretam, matam.
Quando se descreve um sentimento, um olhar, sem poesia,
é condená-lo ao esquecimento,
é sepultá-lo palpitando vivo,
é morte à queima-roupa: medo.

Você só consegue definir uma relação em sua autopsia.
Depois do ponto final, os pêsames..

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

costuro a distancia em dois segundos de memória,
e cá estou:
vivendo de saudade, morrendo de vontade
vivendo de vontade, morrendo de saudade.
e o tempo passa que nem vent .

Preparo-me outra vez para um importante forte abraço.

Preparo-me outra vez para um importante forte abraço.

Engulo o nó que aperta a garganta e inunda os olhos.
Preparo momentos em sonhos e guardo-os numa caixinha.
Uma fita lilás envolve as lembranças, dou-lhe um laço bonito,
preservo-as junto à ausência.

Começo a congelar-me.
o mínimo de sentidos possível.

Inicia a espera,
e a saudade
de quem está - de partida ...

domingo, 30 de setembro de 2007

Ela precisava se divertir. Isso! de-ver-te-ir.
Nessa semana, buscou aproveitar todos os momentos, qualquer piada, ria, qualquer companhia aceitava, qualquer convite ia. qual-queria?
Um pouco de álcool, festa, assuntos!! Tragam-lhe mais assuntos! O tédio se via no cansaço que tentava evitar. Mais, Mais!! Chuva! Choveu. Pouco, se molhou pouco, um dia um poco-oco, e a casa que não chegava.
Ah! Meio-dia, tratou de jogar fora o sono, de não fazer muitos planos, mas continuar inves- t- indo.
Na primeira meia-hora, não sabia se arrumava a casa ou a cara. Ora um, ora outro, nenhuma diferença em nenhum dos dois. Sentou, abriu uma cerveja, colocou uma música. Se ajeitou. Arrumou a sala, o banheiro, a cozinha, a geladeira, fez a torrada, o tomate, a toalha na mesa, os petiscos, procurou os copos, os cds..
Na terceira meia-hora, telefone numa mão, celular na outra. sentou no sofá.
Na quarta meia-hora, discou o primeiro número, não atendeu.
Na quinta meia-hora, já tinha posto todos os temperos possíveis no caldo, decidiu picar alho. As mãos temperadas, o cabelo temperado, os olhos cansados e o copo de cerveja esquecido no canto.
Na sexta meia-hora, queria ir dormir, quando chegaram todos de uma vez.
Copos, bebidas, música, troca copo, pega bebida, outra música, isso é ali, o outro lá, quer isso? e aquilo? alho! queria, mas não podia dançar, tudo pesava, todos pés-ados. Sentou, encostou, fluiu e quando viu, dormiu..